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O que é Cinomose em Cachorro: Doença Grave e Altamente Contagiosa em 2024

O que é Cinomose em Cachorro? A cinomose é uma das doenças virais mais graves que afetam os cães. Altamente contagiosa, ela é causada pelo vírus da cinomose canina (CDV, do inglês Canine Distemper Virus), um membro do gênero Morbillivirus da família Paramyxoviridae, que também inclui os vírus do sarampo humano e da peste bovina. Esta doença pode afetar várias espécies de carnívoros, incluindo cães, lobos, raposas, furões, guaxinins e até grandes felinos.

Este artigo busca fornecer um panorama detalhado sobre O que é Cinomose em Cachorro, abordando sua origem, transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção.

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Origem e História da Cinomose

A cinomose foi descrita pela primeira vez no século XVIII e, desde então, tem sido uma preocupação significativa para veterinários e donos de cães. A propagação global da doença se deu juntamente com a domesticação e movimentação dos cães. Durante os séculos XIX e XX, a cinomose era frequentemente fatal, resultando em elevadas taxas de mortalidade entre as populações de cães.

O que é Cinomose em Cachorro

Transmissão e Ciclo de Vida do Vírus

O vírus da cinomose canina é transmitido principalmente por via aérea através de aerossóis liberados na tosse, espirro ou respiração de cães infectados. Ele também pode ser transmitido por contato direto com secreções corporais, como urina, saliva e fezes. Objetos contaminados, como tigelas de água e alimentos, camas e brinquedos, também podem ser fontes de infecção.

Após a infecção inicial, o vírus se multiplica no tecido linfático do trato respiratório superior e, em seguida, dissemina-se pelo corpo através do sistema linfático e do sangue. Este processo leva de quatro a seis dias após a infecção. O vírus pode afetar vários órgãos, incluindo o sistema respiratório, gastrointestinal, nervoso central e linfático.

O que é Cinomose em Cachorro?

Sintomas e Estágios da Doença

A cinomose canina apresenta uma ampla variedade de sintomas que podem ser confundidos com outras enfermidades, devido à sua capacidade de afetar múltiplos sistemas do organismo. A gravidade dos sintomas varia de acordo com a cepa viral, o estado imunológico do cão e a presença de infecções secundárias. A evolução da doença é geralmente dividida em três fases principais: a fase inicial (catarral), a fase aguda (multissistêmica) e a fase neurológica.

Fase Inicial (Fase Catarral)

1. Febre:
A febre é um dos primeiros sinais clínicos de cinomose, aparecendo geralmente entre 3 a 6 dias após a infecção inicial. Pode haver um episódio inicial de febre que diminui temporariamente, seguido por um novo aumento, indicando a progressão da infecção viral.

2. Secreção Nasal e Ocular:
Durante esta fase, o cão pode apresentar secreção nasal e ocular, que pode variar de aquosa a purulenta. A conjuntivite, que é a inflamação da membrana que reveste os olhos, também é comum, resultando em olhos vermelhos e inchados.

3. Tosse:
A tosse é frequentemente observada e pode ser acompanhada de outros sinais de infecção respiratória superior, como espirros e dificuldade respiratória. Esta tosse é geralmente seca e persistente.

4. Letargia e Perda de Apetite:
Cães com cinomose geralmente mostram sinais de letargia, tornando-se apáticos e menos ativos. A perda de apetite é comum, e os cães podem mostrar desinteresse em comer, levando à perda de peso.

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Fase Aguda (Fase Multissistêmica)

1. Vômitos e Diarreia:
Os distúrbios gastrointestinais, como vômitos e diarreia, são sintomas predominantes nesta fase. Estes sintomas podem ser severos, levando rapidamente à desidratação. A diarreia pode ser aquosa e, em alguns casos, conter sangue ou muco.

2. Desidratação:
Devido à persistência de vômitos e diarreia, a desidratação é uma preocupação crítica. A desidratação severa pode ser fatal se não tratada imediatamente com fluidoterapia.

3. Pneumonia:
A infecção secundária nos pulmões pode levar à pneumonia, caracterizada por tosse profunda, dificuldade respiratória, e sons respiratórios anormais, como estertores. A pneumonia é uma complicação grave e pode ser fatal, especialmente em cães com sistemas imunológicos comprometidos.

4. Hiperqueratose:
Conhecida como “doença dos coxins duros,” a hiperqueratose é o espessamento anormal da pele dos coxins plantares e, às vezes, do nariz. Este sintoma pode causar desconforto e dificuldade ao caminhar.

Fase Neurológica

1. Mioclonia:
A mioclonia envolve movimentos musculares involuntários e repetitivos, como contrações rápidas e espasmos dos músculos, geralmente observados nos membros e na face.

2. Convulsões:
Convulsões ou crises epilépticas podem variar de episódios leves a graves. Esses episódios são sinais de envolvimento neurológico e podem incluir perda de consciência, salivação excessiva, e movimentos descontrolados do corpo.

3. Paralisia:
A incapacidade de mover partes do corpo, frequentemente os membros posteriores, pode ocorrer devido ao dano ao sistema nervoso central. Em casos severos, a paralisia pode se estender a outras partes do corpo.

4. Mudanças Comportamentais:
Alterações no comportamento, como agressividade ou depressão, são comuns na fase neurológica. O cão pode mostrar sinais de desorientação, andar em círculos, ou apresentar comportamentos anormais.

Progressão e Prognóstico

Os sintomas neurológicos podem surgir semanas ou até meses após a infecção inicial, e muitas vezes são irreversíveis. Esta fase é frequentemente fatal, e mesmo cães que sobrevivem podem ter sequelas permanentes, como paralisia parcial, cegueira ou alterações comportamentais.

A progressão da cinomose depende muito da resposta imunológica do cão. Animais jovens, idosos ou imunocomprometidos são mais suscetíveis a desenvolver formas graves da doença. Mesmo com cuidados intensivos, a taxa de mortalidade entre cães infectados é alta.

Importância do Diagnóstico Precoce

Diagnosticar a cinomose em suas fases iniciais é crucial para aumentar as chances de sobrevivência. Cães com sintomas iniciais devem ser levados ao veterinário imediatamente para avaliação e tratamento. A identificação precoce da doença permite que medidas de suporte sejam implementadas antes que a infecção se torne grave.

O diagnóstico geralmente inclui uma combinação de exames clínicos e laboratoriais, como hemograma, testes de PCR e sorológicos. Estes exames ajudam a confirmar a presença do vírus da cinomose e avaliar o estado geral de saúde do cão.

Diagnosticar a cinomose pode ser um desafio devido à diversidade de sintomas que podem ser confundidos com outras doenças caninas. O diagnóstico geralmente é baseado em uma combinação de histórico clínico, sinais clínicos e testes laboratoriais.

Exames Laboratoriais

  • Hemograma Completo: Pode mostrar uma leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos) durante a fase aguda.
  • PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Teste altamente sensível que detecta o material genético do vírus na amostra do paciente.
  • Testes Sorológicos: Medem os níveis de anticorpos contra o vírus da cinomose, indicando uma infecção atual ou passada.
  • Imunofluorescência: Utilizada em amostras de tecido, como conjuntiva ou biópsia de pele, para detectar antígenos virais.

Tratamento da Cinomose Canina

Atualmente, não há um tratamento antiviral específico para a cinomose canina, o que torna a abordagem terapêutica focada principalmente no alívio dos sintomas e na prevenção de infecções secundárias. O tratamento é intensivo e requer cuidados veterinários contínuos para melhorar as chances de recuperação. A seguir, detalhamos as principais medidas de suporte adotadas no manejo clínico da cinomose.

Medidas de Suporte

1. Hidratação: A desidratação é um problema crítico em cães com cinomose, especialmente devido aos vômitos e diarreia. A administração de fluidos intravenosos (IV) ou subcutâneos é essencial para manter a hidratação e a função orgânica. O tipo e a quantidade de fluido são determinados pelo veterinário com base na gravidade da desidratação e nas necessidades específicas do cão.

2. Antibióticos: Embora a cinomose seja causada por um vírus, as infecções bacterianas secundárias são comuns devido ao comprometimento do sistema imunológico. Antibióticos de amplo espectro são frequentemente prescritos para prevenir ou tratar essas infecções, particularmente as respiratórias, que podem evoluir para pneumonia.

3. Anticonvulsivantes: Convulsões e outros sinais neurológicos podem ser devastadores e precisam ser controlados para melhorar a qualidade de vida do animal. Medicamentos anticonvulsivantes, como fenobarbital ou diazepam, são usados para gerenciar as crises convulsivas. A dosagem e o tipo de medicamento são ajustados conforme a resposta do animal ao tratamento.

4. Antieméticos e Antiácidos: Para controlar os vômitos, são utilizados antieméticos como a metoclopramida ou a maropitant. Antiácidos, como a ranitidina ou omeprazol, ajudam a proteger o trato gastrointestinal de danos adicionais causados pela acidez estomacal, promovendo um melhor ambiente para a recuperação.

5. Nutrição: A nutrição adequada é crucial para a recuperação. Cães com cinomose muitas vezes perdem o apetite, por isso pode ser necessária a alimentação assistida ou o uso de sondas alimentares para garantir a ingestão adequada de nutrientes. Dietas facilmente digeríveis e ricas em calorias são recomendadas para manter a força do animal.

6. Analgésicos e Anti-inflamatórios: Em casos de dor ou inflamação, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser administrados para melhorar o conforto do animal. No entanto, o uso desses medicamentos deve ser cuidadosamente monitorado para evitar efeitos colaterais indesejados.

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Cuidados Adicionais e Suporte ao Proprietário

Além das medidas de suporte médico, os cuidados adicionais em casa desempenham um papel importante na recuperação de cães com cinomose. Os donos devem garantir um ambiente calmo e confortável, mantendo o animal aquecido e hidratado. A limpeza regular das secreções nasais e oculares, bem como a administração rigorosa dos medicamentos prescritos pelo veterinário, são essenciais.

Prognóstico

O prognóstico para cães com cinomose varia amplamente e depende de vários fatores, incluindo a idade, estado vacinal e condição imunológica do animal, além da rapidez e eficácia do tratamento iniciado.

  • Animais Jovens e Não Vacinados: Filhotes e cães jovens que não foram vacinados são os mais vulneráveis e, geralmente, têm um prognóstico mais reservado. A taxa de mortalidade nessa faixa etária é alta, mesmo com cuidados intensivos.
  • Animais Imunocomprometidos: Cães com sistemas imunológicos comprometidos, seja por doenças preexistentes ou má nutrição, também enfrentam um prognóstico desfavorável.
  • Recuperação e Sequelas: Cães que sobrevivem à fase aguda da cinomose podem desenvolver sequelas neurológicas permanentes, como mioclonia, convulsões recorrentes ou paralisia. Essas condições podem necessitar de cuidados médicos contínuos e ajustes no estilo de vida do animal.
  • Qualidade de Vida: A qualidade de vida pós-recuperação é uma consideração importante. Em casos de sequelas neurológicas graves, os proprietários e veterinários devem discutir a melhor abordagem para garantir o bem-estar do cão, incluindo opções de terapia física e medicamentos de longo prazo.

Importância da Intervenção Veterinária

A intervenção veterinária imediata é crucial para aumentar as chances de recuperação. Veterinários desempenham um papel vital na administração de cuidados de suporte e na monitoração contínua da resposta do cão ao tratamento. Ajustes no plano de tratamento podem ser necessários com base na evolução dos sintomas e no estado geral do animal.

Prevenção Como Melhor Abordagem

Dada a gravidade e a complexidade do tratamento da cinomose, a prevenção continua sendo a abordagem mais eficaz. A vacinação regular e o controle rigoroso de novos animais em ambientes comunitários, como abrigos e canis, são medidas fundamentais para prevenir surtos da doença. Proprietários de cães devem manter as vacinas de seus animais atualizadas e seguir as recomendações veterinárias para reforços vacinais, garantindo assim uma proteção robusta contra a cinomose. A prevenção da cinomose é fundamental e baseia-se principalmente na vacinação e boas práticas de manejo.

Vacinação

  • Vacina Polivalente: A vacinação contra a cinomose é geralmente administrada como parte de uma vacina polivalente (V8 ou V10), que também protege contra outras doenças infecciosas, como parvovirose, hepatite infecciosa canina e leptospirose.
  • Esquema de Vacinação: Os filhotes devem ser vacinados pela primeira vez entre 6 e 8 semanas de idade, com reforços a cada 3-4 semanas até cerca de 16 semanas de idade. Adultos devem receber reforços anuais ou conforme recomendação veterinária.

Boas Práticas de Manejo

  • Isolamento de Animais Infectados: Cães com suspeita ou confirmação de cinomose devem ser isolados para evitar a propagação do vírus.
  • Higiene Rigorosa: Limpeza e desinfecção de áreas onde os cães frequentam, incluindo tigelas, brinquedos e camas.
  • Controle de População: Evitar a superlotação de abrigos e canis, o que facilita a disseminação de doenças contagiosas.

Importância da Educação e Conscientização

Educar os proprietários de cães sobre a importância da vacinação e das medidas preventivas é crucial. Campanhas de vacinação em massa, especialmente em áreas com altos índices de cinomose, são necessárias para reduzir a incidência da doença. A conscientização sobre os sinais clínicos e a necessidade de tratamento veterinário imediato pode salvar vidas e minimizar o sofrimento dos animais afetados.

Conclusão

A cinomose canina continua a ser uma ameaça significativa para a saúde dos cães em todo o mundo. Compreender a natureza do vírus, os métodos de transmissão, os sintomas e as opções de tratamento é essencial para controlar e prevenir esta doença devastadora. A vacinação e as boas práticas de manejo são as principais ferramentas na luta contra a cinomose. A colaboração entre veterinários, donos de animais e autoridades de saúde pública é fundamental para proteger as populações caninas e garantir a saúde e bem-estar dos nossos companheiros de quatro patas.

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